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Edilson Aparecido Chaves

História, organização, preservação e acessibilidade de acervos: o memorial do programa nacional do livro didático

Peço licença aos poetas que compõem o grupo Quinteto Violado, músicos famosos em nosso país, tradutores e transformadores das vivências e experiências humanas de dor, suor e amor em arte, para usar o título de uma das suas composições neste pequeno texto como melhor expressão do que fez o autor Edilson Aparecido Chaves com este livro.
Tive a sorte de ser contactada por Edilson Chaves para supervisionar seu estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. Recebi-o entre os fevereiros de 2023 e 2024, e tive oportunidade de conversar, conhecer, debater e aprender com o homem, pai, filho, esposo, pesquisador Edilson.
Do autor que refletia sobre a música caipira nos livros didáticos, passando pelos estudos sobre escola no campo, deparei-me com um professor que pinta as instituições por onde passa com a cara, os desejos, os sonhos das classes populares do nosso país.
Do filho de agricultores ao professor do Instituto Federal do Paraná – IFPR, em Curitiba –, como tantos de nós, que encontrou na educação o meio para transformar sua vida e as vidas em seu entorno, sem se esquecer dos compromissos que o fazem ser um intelectual atento a tudo que acontece no seu bairro, na sua escola, na cidade, no estado e no país, Edilson Chaves não se nega a estudar, conhecer, aceitar desafios.
Assim, ele chegou a Natal/RN e à UFRN com uma proposta de historiar o surgimento e a construção do Memorial do Programa Nacional do Livro Didático – PNLD – que sediamos desde 2010. No entanto, ao se deparar com a diversidade de fontes e de ações que o Memorial engendra, o pesquisador Edilson Chaves aprofundou-se e produziu entrevistas, estudou e refletiu sobre e com mensagens de endereços eletrônicos, visualizou possibilidades de novas pesquisas e registrou-as em eventos, oficinas e textos que divulgou tanto em nosso país quanto fora dele.
O resultado desse estágio foi condensado neste livro que em boa hora é disponibilizado ao público. Recomendo vivamente às pessoas que tiverem oportunidade de lê-lo e, sobretudo, aos professores e pesquisadores que trabalham com livros didáticos, que prestem atenção na miríade de possibilidades disponíveis para entender que materiais didáticos precisam de novos olhares da academia, dos professores, das editoras, dos autores; da comunidade escolar. Trata-se de uma das melhores traduções dos diálogos entre os conhecimentos sistematizados pela academia e aqueles reverberados pela tradição escolar, mas também presentes nas demandas sociais, nas legislações; na cultura expressa pelas nossas sociedades.
Edilson Aparecido Chaves está atento e nos legou este livro composto, como ele mesmo afirma, por diversas camadas e expressão do compromisso de quem compreende que: 

“Se o que nos consome fosse apenas fome
Cantaria o pão
Como o que sugere a fome
Para quem come
Como o que sugere a fala
Para quem cala
Como que sugere a tinta
Para quem pinta
Como que sugere a cama
Para quem ama
Palavra quando acesa
Não queima em vão
Deixa uma beleza posta em seu carvão
E se não lhe atinge como uma espada
Peço, não me condene, oh, minha amada
Pois as palavras foram pra ti, amada
Pra ti, amada
Oh, pra ti, amada”
(Bruno Luperi)


Margarida Maria Dias de Oliveira
 

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